quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Frio

E o garotinho se viu perdido a beira de um bosque, em meio à nevasca com somente sua capa marrom. O frio penetrava cada vez mais em seu pequeno corpo até chegar aos ossos; era questão de tempo para que tudo chegasse ao fim e mesmo assim, havia um brilho esperançoso em seus olhos miúdos graças ao vento, além da dúvida de como puderam deixá-lo ali, daquele jeito, naquela situação, mas essa questão era prontamente respondida por sua inocente mentalidade "Eu me perdi e estão me procurando! É isso! Eles todos estão logo mais à frente, no final desse caminho próximo ao bosque!".
Tendo finalmente chegado ao final da estrada coberta de neve, a constatação: Não havia ninguém ali. Havia somente um deserto gelado, escuridão e um aperto no peito. E mais uma vez uma pontinha de esperança: "Errei o caminho! Ou eles estão atrasados... É isso! Vou esperar bem aqui para não nos desencontrarmos!".
O tempo passou e ninguém apareceu. O frio já havia tomado conta de seu pequeno corpo e o sono mortal estava chegando. Ele então se deitou e fechou os olhos; ainda conseguiu sonhar com todos chegando e levando-o a um lugar quente e aconchegante, mas a imagem logo sumiu e deu lugar à escuridão eterna. Estava tudo finalmente acabado: ali jazia um corpo frio e abandonado à própria sorte, sem, entretanto, perder a esperança.


P.S.: Quantas vezes já não me senti um pequeno garoto esperançoso em um deserto gelado? 
P.S.²: A inspiração nem sempre aparece após um desabafo tão forte quanto a postagem anterior. Mas aos poucos ela dá seus sinais de que retornará.
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