sábado, 30 de agosto de 2008

Inocência

Nascido na solidão e no silêncio da escuridão, seu destino era ser um reflexo da mãe e da circunstância. E assim foi. Até o momento em que abriu os olhos e percebeu as cores, a luz da vida que o cercava, mas também percebeu a crueldade cometida em nome dessa iluminação, a dissimulação por trás de tantas cores e o ódio que sentiam de sua origem.
Batalhou incessantemente para que o aceitassem em seu meio. Em vão. Todos apenas riam, gritavam, apontavam para aquele ser tão diferente, de origem grotesca aos olhos abertos e coloridos dos de origem comum, aqueles que se gabavam de acolher e amar ao próximo como a sí mesmos.
Esgotou-se. Resolveu voltar aos braços de sua mãe. Braços acolhedores e ao mesmo tempo desoladores, destruidores, mas mesmo assim braços de mãe. Finalmente ele percebeu que o perigo real está bem à vista, que não deve temer o que não vê, mas aquilo que está bem diante de seus olhos, escancarado e iluminado.
Tudo o que ele precisava mesmo era de sua mãe e um brinquedo para que pudesse idealizar um mundo feliz.

P.S.: Precisa de algo aqui mesmo?

domingo, 24 de agosto de 2008

O Olhar Descrente...

Um solitário garoto nas escadarias do colégio, apenas observando o movimento das pessoas e esperando os amigos não poderia jamais imaginar que esse ato seria capaz de trazer tantas sensações. Em uma dessas noites na escadaria, seus olhos encontraram o mais belo rosto do colégio inteiro! Talvez isso fosse um grande exagero, mas para ele não. Cada traço daquele rosto era devorado com os olhos, desde o maravilhoso sorriso (Ah! Como ele adora um sorriso! Fica completamente hipnotizado) até o último fio de cabelo castanho com luzes.
Aquele rosto lhe era perfeito! Não só o rosto, mas foi o rosto que mais lhe chamou a atenção, pois era uma combinação perfeita entre os negros olhos como a noite pura, o nariz esculpido e o sorriso que iluminava a mente daquele solitário sonhador.
Ele decidiu admirar aquela obra de arte todos os dias até juntar coragem para dizer um simples "oi". Com toda essa admiração, ele conseguiu atrair o olhar da pessoa admirada, mas não conseguiu juntar coragem para chegar perto, nem para mergulhar naqueles olhos negros e se perder para sempre. Até hoje ele não conseguiu coragem e segue os dias apenas admirando ao longe, com um olhar descrente de que vá conseguir algo mais que isso.

P.S: Pessoal o texto? Imagina.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Inferno PT II - Eterno Fim

Após algum tempo, ela não mais foi torturada. Apenas sentou e ficou a observar a escuridão.
No vale dos mortos, aquela solitária alma chamava a atenção. Era uma das únicas a não ficar em agonia, gemendo ou chorando. Apenas ficava sentada, observando tudo com um olhar distante e vago; seus longos cabelos negros ficavam a mercê do vento, seu rosto delicado e belo tinha aquela expressão perdida com um leve sorriso sonhador. Tudo ao seu redor era cinzento, ela era cinza também.
As outras almas sentiam inveja por aquela linda mulher não esboçar reação alguma e não ser atormentada, enquanto as outras deveriam sofrer todo tipo de castigo e tortura por seus pecados. Dia após dia aquelas almas eram atormentadas fisicamente, exceto aquela menina. Será que esse era mais um castigo dos sofredores do vale da morte? Ter que ver uma alma sonhadora e em paz naquele lugar horrível fazia com que todos a odiassem e rogassem pragas, mesmo que nenhuma tenha efeito, apenas para aliviar o ódio. Mas o que eles não sabiam é que a solidão era o castigo imposto àquela alma: solidão, a certeza de que todos a odeiam e a incapacidade de se de se lembrar do rosto de seu amor verdadeiro era o pior castigo para aquela jovem que decidiu ir atrás do amante, mesmo que tivesse que ir ao inferno para isso.

P.S.: Não é o melhor texto que já escrevi, mas foi o que me inspirou a criar a saga toda.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Inferno - PT I

Ao abrir os olhos ela percebeu que estava em um lugar assustador, sombrio e com várias outras pessoas ao longo do caminho. Ao olhar melhor, reparou que todas estavam sofrendo com algo; algumas eram atacadas por cobras, em outras surgiam cortes e algumas partes da pele se rasgavam e de lá saia uma grande quantidade de sangue e então tudo isso se fechava e algum tempo depois recomeça o ciclo.
Aquilo tudo a fez perceber que estava no inferno. Mas, ao contrário do que imaginava, lá não era um lugar em chamas, mas sim um lugar deserto, escuro, seco e frio. No centro daquilo tudo havia uma torre de pedra muito alta e com uma enorme porta de prata que continha desenhos horrendos; a porta se abriu e de lá sairam vários demônios para atormentarem ainda mais as almas.
Ela, obviamente, não foi perdoada! Três demônios chegaram perto, olharam e um deles disse rindo:
- Quer satisfazer seus desejos sexuais, não quer? Pois aqui estamos!
Os demônios a violentaram por horas, até que uma voz ecoou por todo o vale ordenando que eles voltassem para a torre. Ela se levantou, caminhou um pouco e resolveu sentar em um canto e ficou por lá, estática, olhando para o céu escuro, lembrando de seu amado e esperando o próximo estupro.

P.S.: Ainda não é o bastante! As outras almas repararam nela...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Segundo Passo Rumo Ao Inferno - Luxúria Decisiva!

Gemidos e sussuros, suor e disposição, amor e tesão. Tudo aconteceu debaixo daquele lençol, no sofá e até mesmo na mesa da cozinha. Só de lembrar daqueles momentos, ficava com os pêlos arrepiados de tanta vontade! Podia até mesmo sentir como se estivesse no ato, com seu amante completando-a e fazendo-a gemer bem baixinho de excitação.
Ela resolveu fechar os olhos e imaginar que sua mão era a de seu parceiro acariciando-a, tocando-a em locais estratégicos, sensíveis e escondidos de qualquer olhar. Mas foi em vão, não conseguiu chegar ao clímax sozinha e apenas satisfez sua necessidade temporária. Ela tinha certeza de que a vontade viria com mais força e que nenhum homem e nenhuma mulher no mundo conseguiria saciar seu desejo como seu amado fazia.
Basta! Estava na hora de ir ao encontro de seu homem onde quer que ele esteja! Foi à cozinha, abriu a primeira gaveta, pegou a faca mais afiada e cortou sua garganta. Tudo logo escureceu...

P.S.: Não há mais passos a seguir... o próprio inferno a receberá.

domingo, 10 de agosto de 2008

Primeiro Passo Rumo Ao Inferno PT II - Dor

"Maldito! Tornou minha vida um inferno e agora quer voltar?! Tenho cara de quê?! Retardada? Como assim "não posso evitar"?! Cara, pára de me perseguir! Pára de tentar contato comigo! Eu não te quero mais nem como amigo, conhecido, vizinho e o que mais você tentar ser!! Não tenho culpa de ter te deixado caidinho por mim, foi tudo um grande engano! Enorme engano, aliás! Não sei o que eu fui fazer na sua casa aquele dia, eu nem te conhecia direito!" (...)

"Amor, te amo muito! Nunca me abandone! Jamais esquecerei daquelas palavras horríveis que te disse daquela vez, no começo, lembra? Muita crueldade! Ainda bem que agora estamos juntos novamente! Vamos lá para o quarto...?" (...)

"NÃO!!!! O QUE HOUVE AQUI?! Amor, cadê você?! AAAAAAAAAAHHHH!!!
O que é isso? Um bilhete..."

Os momentos inesquecíveis com seu amante passavam por sua mente a cada instante. Aquilo a deixava perturbada e inquieta. Lágrimas rolavam por sua face inchada de sofrimento. Por quanto tempo mais ela agüentaria aquilo tudo? Será que já não era hora de acabar com aquele sofrimento que corroia seu coração, outrara repleto de amor?
Caminhou até a cozinha, abriu a gaveta e olhou atentamente cada talher pontiagudo. Uma loucura seria cometida em nome de um amor que seria separado por uma eternidade.

P.S.: O inferno está mais próximo do que se imagina.
Gostaria de dedicar o primeiro parágrafo a "insira um nome aqui"!!!

sábado, 9 de agosto de 2008

Declaração ao Vazio... Primeiro Passo Rumo Ao Inferno PT I

"Como os olhos apaixonados enganam! Mesmo tendo muitos defeitos, você parece a pessoa perfeita! Em cada palavra, em cada sorriso, em cada lágrima... Quando sofre, me dilacera, pois não agüento ver-te sofrendo de maneira alguma.
Cada momento contigo é tão incrível que desejo que nunca acabem. Mas o tempo é tão cruel e (des)humano que continua seu rumo sem se preocupar com nós dois. A agonia de estar um momento longe de ti me mata, dilacera, queima, dói...
A única certeza é de que sou incompleto sem tí! Minh'alma precisa da tua para ser confortada, para ter um lado bom e puro.
Desejo por toda a vida sentir-me completo, seguro de mim e confiante de que isso não acabará e, se acabar, terei a certeza de que passei os melhores momentos de minha vida!
Te amo"

O último bilhete deixado pelo falecido amante encheu seus olhos de lágrimas, fez com que ficasse de joelhos e implorasse por seu retorno... em vão.

P.S: É isso ai... (nova saga a caminho)