segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As Duas Mães

Consegue sentir isso? É a insanidade tomando conta! Ah! Como ela nos revigora!! Sinto como se tivesse nascido ainda agora! Mas espere! O que é isso? Há hienas correndo atrás de mim! As gargalhadas ecoam em minha mente recém-nascida e essa escuridão impede que meus novos olhos enxerguem por onde estou correndo. Não consigo me desesperar de medo, pelo contrário, quero desesperadamente gargalhar com essas hienas enquanto elas arrancam generoso pedaços da minha jovem e macia carne.
Vou fechar os olhos e esperar que elas me mordam. Ué?! Não as ouço ou sinto! Foram embora? Hey! O que é isso? Há mãos me agarrando, me abraçando... já sei! É a própria escuridão demonstrando que me ama como uma mãe ama o filho. Que abraço gostoso, tênue e sem alegria, apenas demonstra um sofrido amor. É nesse abraço que quero me criar.
Ainda de olhos fechados enquanto sou abraçado, lembro de todas as coisas ruins que aconteceram comigo antes de renascer, e após também, já que fui perseguido por aquelas malditas hienas.
Estou chorando em silêncio. Não quero que minha nova mãe se preocupe comigo, quero apenas continuar nesse abraço para todo o sempre. Posso dizer, com orgulho, que tenho duas mães: a escuridão e a insanidade. Uma me abraça deliciosamente e a outra guia meus passos. 

P.S.: Nascemos e renascemos diversas vezes durante nossa simplória vida. Em cada renascimento, uma nova mãe nos é dada para guiar nossos passos e evitar que cometamos erros em cada aspecto de nossa vida. Algumas pessoas podem dizer que a mãe é culpada pela derrota sofrida, mas a verdade é que não aprenderam nada com a anterior, ou seja, serão sempre inferiores e fracassados.
P.S.²: Mal renascemos e já temos hienas em nossos calcanhares rindo e nos retirando dolorosamente cada pedaço. Certas vezes, essas hienas estão mais próximas do que pensávamos, se passando por lindos filhotes de cães.
P.S.³:  Alguma dúvida? Clique aqui e saiba mais!

2 comentários:

Fil. disse...

Oi!
Ja faz um tempinho que passo dando olhadelas em teu blog (tempo mesmo... haha). Mas acabei deixando de lado essas leituras... Foi quando te vi no show do Delain (ou pelo menos acho que era você :D) e voltei a ler teus escritos.

ótimos, esse em particular me chamou a atenção. Belas reflexões ^^'

Abraço!

Isolda disse...

Um texto tão pequeno, mas tão carregado de verdade. Do textos subjetivos, digamos assim, do teu blog, esse foi um dos melhores que eu já li.
Essas mães me carregam faz tanto tempo, nossa. Agora ganhei mais duas:
Saudade e esperança.
Uma me sufoca. A outra me lembra que primeira enfraquecerá se eu me tornar mais forte. E sopra um pouco mais de vida em mim.



Beijão, amor.
Amo-te muito mesmo.