sábado, 30 de agosto de 2008

Inocência

Nascido na solidão e no silêncio da escuridão, seu destino era ser um reflexo da mãe e da circunstância. E assim foi. Até o momento em que abriu os olhos e percebeu as cores, a luz da vida que o cercava, mas também percebeu a crueldade cometida em nome dessa iluminação, a dissimulação por trás de tantas cores e o ódio que sentiam de sua origem.
Batalhou incessantemente para que o aceitassem em seu meio. Em vão. Todos apenas riam, gritavam, apontavam para aquele ser tão diferente, de origem grotesca aos olhos abertos e coloridos dos de origem comum, aqueles que se gabavam de acolher e amar ao próximo como a sí mesmos.
Esgotou-se. Resolveu voltar aos braços de sua mãe. Braços acolhedores e ao mesmo tempo desoladores, destruidores, mas mesmo assim braços de mãe. Finalmente ele percebeu que o perigo real está bem à vista, que não deve temer o que não vê, mas aquilo que está bem diante de seus olhos, escancarado e iluminado.
Tudo o que ele precisava mesmo era de sua mãe e um brinquedo para que pudesse idealizar um mundo feliz.

P.S.: Precisa de algo aqui mesmo?

2 comentários:

A escritora disse...

Cada um encontra seu próprio modo de fazer seu mundinho feliz, quando as pessoas não permitem que você seja eliz ao lado delas...
Dê-me um caderno e um lápis e verá um sorriso de extrema contemplação enquandto eu estiver escrevendo ^^

Bjus Gui

Isolda disse...

Sei nem o que dizer...


Sei que gostei!

Bjos!