sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Cura...

Aquela cigana nunca mais será a mesma após aquela noite tão clara quanto o dia. No desespero de proteger um amigo, rogou a pior de todas as pragas sobre o outro amigo. A praga foi rogada com uma sinceridade e ódio absurdo, o que a fez sentir o coração apertar na hora. Agora tudo o que resta é fugir para bem longe, assim ela não vê o resultado horrendo daquela maldição. Com o pôr-do-sol ela partiu da vila levando apenas a roupa do corpo e o arrependimento por ter destruído uma vida que poderia se recuperar.

Ela correu por planícies extensas até encontrar seu destino, a floresta mais obscura! Temida por todos de sua vila e das vilas próximas. Era tão maldita que todos queriam derrubá-la, mas ninguém possuia coragem alguma para, sequer, arrancar uma erva daninha daquele lugar. As pessoas que ali entraram jamais retornaram. A noite pode-se ouvir barulhos vindos da floresta, como vozes a entoar tristes melodias. A jovem cigana respirou fundo e entrou na floresta; começou andando devagar, observando cada detalhe e atenta aos perigos mas em poucos instantes já estava andando normalmente. Encontrou apenas alguns bichos no começo da caminhada e, no coração da floresta, encontrou uma pequenina vila, onde seus moradores compartilhavam de histórias bem parecidas com a dela e, a noite, se reuniam para cantar o arrependimento e pedir perdão pelo terrível pecado. Nunca se soube o que aconteceu com os amaldiçoados, já que os rogadores nunca saíram daquela floresta.

A partir daquela noite as melodias ficaram ainda mais agoniantes e melancólicas: resolveram cantar as dores da covardia de enfrentar o mundo novamente.

Ps: ♪"I believe but what i see? I receive but what i give?"♪

Um comentário:

_Gio_ disse...

Será mesmo que trancar as dores e arrependimentos na floresta é o melhor a se fazer? Será que não é melhor encarar o mundo?

It's time to forgive...