sexta-feira, 13 de junho de 2008

O Sonhador e o Vinho ...

Uma cena um tanto quanto comum: um poeta sentado à sua escrivaninha, uma caneta em sua mão, vinho em sua taça e a sua frente um pergaminho em branco. Em volta há vários pergaminhos amassados contendo, talvez, poemas que mostram tanto de sua alma que achara melhor jogá-los fora, manter segredo sobre o que pensa e sente antes que alguém chegue e o desvende tão facilmente que faça com que tudo que foi vivido pareça insignificante e que ele próprio perca a graça. (...) As horas passam e o desespero de não conseguir escrever algo não tão íntimo toma conta de seu miserável ser. Por que escrever algo? De que isso lhe será útil? Quem sabe. Talvez para exercitar seu cérebro ou, quem sabe, ainda, apenas porque ele não tem nada melhor para fazer e, para não cair no tédio absoluto das madrugadas em claro, resolveu criar uma ocupação.
O que realmente importa a essa altura do campeonato é criar algo! Oras! A semana foi cheia de acontecimentos, alguma coisa teria que lhe ser útil! Por que não escrever sobre a troca de olhares que o deixou tão empolgado ou, ainda, sobre o desespero de ter seu vício arrancado de uma noite para outra?! Não, aí já seria mais um texto tão pessoal que pareceria retirado de um diário adolescente do que da cabeça de um retratante de almas e sentimentos! O melhor a fazer, realmente, é levantar-se, apagar a luz e dormir. Assim os sonhos lhe mostram algo interessante...

P.S: Vem cá: ter um mundo em suas mãos e o mesmo ir embora de uma noite para outra é a pior experiência do mundo, não é mesmo?! Só tenho uma dúvida...qual é pior: Ter um mundo arrancado ou não conseguir lutar no mundo verdadeiro? Quem sabe um dia eu acho a resposta!

2 comentários:

_Gio_ disse...

Ter um mundo perfeito roubado te tira o chão, mas o mundo pode se reconstruir. Pior é não ter forças pra construir esse mundo!

Texto MUITO BOM!!! Eu precisava ler algo assim!

Isolda disse...

Ótimo texto ^^ . Adorei mesmo!

Já sonhei com essa música várias vezes. Significa muito pra mim.